sábado, 21 de abril de 2012

Noites.

Há dias atrás, resolvi fazer uma coisa que não fazia há muito e que nem é meu hábito: fui a uma discoteca. De facto, não é sítio que eu costume parar muito. Sou mais dum cinema gostoso, duma esplanada, dum café, dum concerto, entre outras coisas menos atrevidas (do que ir a uma discoteca).
Esta minha ida a estes espaços de verdadeira actividade cultural e de lazer, fez-me conviver com uma espécie de que há muito eu não me aproximava e não, não lhes vou chamar “azeiteiros” ou “parolos”, porque não o são. Vou sim, chamar-lhes de “Virtuosos”.



 E o que são afinal os “Virtuosos”? A saber: são pessoas que não podem ter pêlo no peito e o mesmo está super brilhante; usam decote para, claro está, mostrar o respectivo peito depilado; não usam gel no cabelo, mas sim cabelo no gel; a usar camisa, esta terá de estar apertada somente a partir do sétimo botão; usam calças com muitos buracos; têm um gosto musical soberbo; andam a completar o 12º ano à noite; durante o dia fazem rondas nos seus carros às escolas secundárias para cortejar raparigas 10 anos mais novas; os carros fazem inveja ao realizador dessa saga erudita “Velocidade Furiosa”; a usar barba, esta é somente um fiozinho que vai desde a patilha ao queixo; entre outros.
Agora que defini o que são, afinal, estes “Virtuosos”, vou agora dizer porque o são: porque eles conseguem ver coisas que eu, por mais que me esforce, não consigo. Por exemplo, uma música com 7 minutos sempre com a mesma batida, para eles é uma festa: sempre a dançarem e a esbracejar e isso é coisa que eu não entendo. Muito menos acho piada. E quando, após os tais sete minutos de “pum, pá, pum, pá”, entra uma nota de piano que se prolonga por mais 10 minutos? Ui, que regabofe!
Mas lá está, eu limito-me a vê-los sem perceber o que de tão bom há naquilo tudo. Será que a repetida batida das músicas é afinal Deus a falar com eles, por código morse? Não sei, mas se calhar é isso. Fiquei ainda pior, quando deu toda uma sucessão de êxitos latinos/brasileiros e toda a gente sabia as letras e coreografias, menos eu. E eles dançam bem, pá! Aliás, isso faz um sucesso tremendo entre as miúdas. Por este andar, vou acabar sozinho para o resto da vida, porque não sei mesmo como acompanhar estes verdadeiros boémios da vida.
Concluindo, acabei a noite em casa a pensar para mim mesmo que há muito em que tenho de mudar para acompanhar este grupo restrito de iluminados da sociedade. Só assim poderei lograr ser feliz e aceite pelos outros... ou então não e estava só bêbedo.

Sleepyhead.

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