Harlem Shakes À Muintos!

Pessoal! Que tal essa vida, tudo bem? Aposto que sim. Bem, eu estou muito triste, nunca comprei lasanha no Pingo Doce e agora nunca saberei como é o sabor carne de cavalo. E isto porquê? Porque, jamais, eu, por livre e espontânea vontade compraria – neste caso, comeria – carne de cavalo, conscientemente. Tenho pena deles e, sobretudo, dos póneis. Os póneis são muito fofos, pá. Não que eu tenha algo contra as vacas, quando sei, deliberadamente, que estou a comer carne de vaca, nem tenho nada contra os porquinhos muito gordinhos, mas os cavalos aparecem em filmes de Cowboys.
A única pessoa que poderia comer carne de cavalo e eu não ficar chateado com ela, era o Clint Eastwood. Aliás, tenho uma suspeita muito séria de que o Amstrong não se dopava, afinal. Ele comia era lasanha com carne de cavalo. Soube também, há dois dias, que o IKEA anda a vender almôndegas com a mesma carne. Isso explica a bosta de cavalo que me apareceu no quarto, depois de lá ter ido comprar uma estante.

E esse Carnaval? o Carnaval é uma data que me provoca um misto de emoções. É tudo muito bonito, há imenso samba a acontecer no mundo, as pessoas andam cheias de folia e tal. Mas experimentem passar, tal como eu, uma infância inteira a mascararem-se de Zorro todos os anos e verão que, afinal, o Carnaval é um dia horrível e que toda a gente sabe quem somos, mesmo antes de aparecermos. Ainda hoje não posso ver o Zorro. De resto, esta é uma data muito bonita, sim senhor, algumas moçoilas já têm uma desculpa plausível para andar de calções até meio do rabo e, acima de tudo, para abaná-lo. Deve ser o sonho de todas elas, andar peladas e a abanar o nudismo todo, que com tanto orgulho exibem. Bem bonito o Carnaval. Quem também foi descarregar toda a folia, neste Carnaval, foi Sua Santidade, o Papa. Acho um timing muito estranho ele abandonar o cargo a dois dias do Carnaval e já não tenho idade para acreditar em coincidências. Mas já agora... o que raio se passa com o termo “resignar”? ninguém dizia essa palavra e do nada toda a gente a começou a usar. Pelo menos, serviu para as pessoas aprenderem mais uma palavra. Já estou a ver os putos na escola: “Então, faltaste à aula porquê?”.  -  “Ó, decidi resignar.”

Vou agora falar de um dos maiores fenómenos de popularidade que por aí anda: não, não estou a falar da canção “Grândola, Vila Morena”, estou, isso sim, a falar da dança viral denominada “Harlem Shake”. Para quem não sabe o que isto é, ou melhor, para quem esteve em coma durante o último mês ou fez um retiro espiritual no Alasca, fica aqui um vídeo, dum exemplo, desta coisa muito In:

Ora bem, isto propagou-se mais rápido que um incêndio na serra do Gerês e agora toda a gente o faz. Há três objectivos de vida para um Homem antes de morrer: escrever um livro; plantar uma árvore; entrar num vídeo do Harlem Shake. Eu já fiz um destes três, mas não vou dizer qual. É segredo. Esta dança é muito boa, sobretudo depois deu ter falado, no post anterior, nessa verdadeira arte que é a Dança Contemporânea, mas acreditem que isto do Harlem Shake consegue ter mais lógica do que o espectáculo que eu fui ver. Agora, só há uma coisa que não entendo muito bem: os vídeos duram todos 30 segundos, à volta disso. Se forem a um manicómio, é Harlem Shake a bombar 24H por dia e nem precisam de levar com a parte em que vêm só uma pessoa a dançar e depois toda a gente fica contagiada. Lá é todo o dia, com toda a gente sempre a dar no Harlem Shake.

Agora, o “Grândola, Vila Morena” é um fenómeno também ele muito giro e que daqui a pouco, se o nosso enorme Governo continuar a dar conferências públicas, ultrapassará com alguma facilidade o número de versões que o Harlem Shake já tem no YouTube e afins. Mas tenho que tirar o chapéu à inteligência rara dos nossos governantes, que após uma semana de gozo intensivo e infernal, decidiram que é melhor parar com as aparições públicas. Bem pensado, demoraram foi sete dias a chegar a essa brilhante conclusão. Pelo menos, deu para eu aprender um novo truque: quando for pagar o Selo e o Seguro do carro, no próximo mês, vou começar a cantar a mesma música, a ver se me safo. Se não me safar, olha... resigno. Até breve!

Sleepyhead.