sexta-feira, 17 de agosto de 2012

La vida loca.

Olá, gente bonita. -  Sim, porque só quem é extremamente bonito e sensual é que lê o meu super blog – E essas férias? Não quero saber.
Bom, o final das férias e o regresso ao trabalho é sempre algo penoso, sobretudo quando a nossa rotina foi, durante três semanas, comer, beber, dormir e voltar a comer. Primeiro que se habitue novamente a esta rotina de pessoa responsável e adulta, já inserida no mercado do trabalho, custa tanto ou mais do que comichão no céu da boca. É que incomoda, incomoda mesmo muito e primeiro que desapareça (neste caso que nos habituemos) leva o seu tempo. Mas pronto, há coisas piores no mundo, como por exemplo uma rapariga ser violada, chegar a casa e não ter água quente. (reacção das pessoas agora: “Que grande boi! Tu é que devias de ser violado e não teres água quente em casa!”. Pois, mas eu tenho sempre uma botija de gás sobressalente.)



Agora perguntam vocês, que tanto gostam e se preocupam comigo: “Epá, ó Zé Manel (sim, para quem ainda não sabia, o “The Boy Who Never Sleeps” chama-se Zé Manel, o nome mais banal e parolo do mundo), mas afinal  como é que tens conseguido aguentar esta fase de inúmeras mudanças da tua vida, sem entrares numa depressão?” – A resposta baseia-se em três premissas muito simples. A saber:
-       Com os emigrantes;
-       Com os trolhas (sim, nem todos os trolhas são emigrantes);
-       Com o vídeo da Fanny.
Vamos ao ponto número um, os emigrantes. Já aqui falei deles por variadas vezes, mas são, de facto, um grupo de pessoas muito curiosas, no mínimo. Tenho uma teoria sobre a verdadeira razão pela qual eles emigraram. Não, não foi para ganhar dinheiro, nada disso. Foi, isso sim, para conseguir tirar a Carta de Condução. A maneira como conduzem é precisamente como me ensinaram a não conduzir e temo pela vida, durante todo o mês de Agosto, sempre que tenho de pegar no carro. Depois, devido à minha actividade profissional – vendo discos numa casa que por acaso é francesa, agora adivinhem qual é – reparei que o nível cultural deles é ainda mais avançado do que o dos “Iluminados”: David Guetta é para eles o maior do mundo todo, o Summus Pontifex da musicalidade, e como a costela portuguesa nunca desaparece verdadeiramente, José Malhoa, Tony Carreira, Toy, Emanuel, Santa Maria, entre outros, são as escolhas deles no que ao nível nacional diz respeito. Ou seja, são pessoas eruditas, que cultivam o bom gosto e filtram o que é mau. Por último, não poderia deixar de mencionar o poliglotismo deles: começam por falar connosco totalmente em francês, depois já é meio-meio e, no fim, já falam um português que roça a perfeição, isto tudo num espaço de 2 minutos. Verdadeiramente fantástico! Para não falar no embelezamento que as “chapas amarelas” trazem às nossas ruas e passeios em geral.
Agora, o ponto número dois, os trolhas. Existe, nas traseiras do meu apartamento, uma Escola Primária que está por esta altura em remodelações. Ou seja, acordo todos os dias com boa música e excelentes diálogos, proferidos pelos trabalhadores que por lá andam. Isto já é coisa para durar há uns meses, por isso, comecei por me aperceber de algumas características destes senhores. Eles são verdadeiros trovadores dos tempos modernos! Passo a explicar: sempre que passa alguma jovem, eles declaram-lhes verdadeiras cantigas de amor com os piropos fantásticos que inventam. São frases soberbas, banhadas por um requinte e cavalheirismo únicos, em suma, verdadeiras declarações trovadorescas, vindas do fundo do coração. Ó, pobres trovadores, que não são correspondidos pelas centenas de donzelas, que diariamente passam pelas obras e que ouvem com desdém todos os elogios que proferem. Vida cruel, as dos trolhas! Por outro lado, é possível encontrar também o escárnio e mal-dizer quando reclamam pela falta de massa, ou outros utensílios de trabalho, ou até mesmo quando falam uns com os outros, seja sobre que tema for. Parecem sempre zangados e usam o palavrão como vírgula. Homens, é o que é!
Agora o último ponto, a Fanny. Já toda a gente sabe do vídeo dela e da música que fez com outro senhor da música que se chama Canuco Zumby. Pronto, só isto é uma piada: este é o pior nome artístico que já ouvi. Porém, depois de ver a imagem da personagem em si, reparei que podia ter sido bem pior a escolha. Não me vou alongar muito sobre esta música, nem sobre a qualidade musical da mesma. Vou, isso sim, fazer uma análise à mesma e ao vídeo: confesso, que mal comecei a ver, senti que o mundo estava a acabar, num verdadeiro tumulto apocalíptico, e já estava a ver tudo a arder e o mar a inundar tudo, entre outras coisas que a Bíblia refere quando chegar o dia do apocalipse. Chamei pela minha mãe muito aflito e sempre que fechava os olhos era a Fanny que via. Depois de muito reflectir sobre o vídeo cheguei à conclusão que tudo aquilo é uma interpretação do dia do arrebatamento feita pela própria Fanny: quando tudo se parece desmoronar, no fim há um elemento que traz novamente o equilíbrio ao mundo e tudo fica novamente bem. Estou a falar de quê? Da última cena, quando são precisas três pessoas para pegar na Fanny, que está sentada na areia. É, nessa cena final, que o mundo volta a fazer novamente sentido e o equilíbrio do mundo é novamente reposto, impedindo assim o apocalipse total. É e deverá ser este o verdadeiro sentido deste vídeo mega metafórico da Fanny. E “voilà” é com tudo isto que tenho conseguido distrair-me e andar sempre com um sorriso na cara. Mas não um sorriso qualquer. Um daqueles bem fofos, que só eu sei fazer.
Nota final: O pai da Fanny tem pinta.

Sleepyhead.

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