O Natal.

Ora, viva! E então esse Natal? Que bom para vocês. Este post é dedicado à época do ano em que toda a gente fica mais humana, feliz, sensível e paira no ar uma paz de espírito colectiva. E isto porquê? No meu caso em particular: reabasteço o stock de meias e cuecas para os próximos 12 meses e com jeitinho ainda ganho um passepartout para colocar uma foto qualquer. No caso dos pedófilos em particular: basta andarem de vermelho, de barbas falsas e abanar um sino que já conseguem levar criancinhas para o colo e perguntar-lhes o que elas mais querem. Maior do que a teoria da conspiração de que o 11 de Setembro foi algo planeado pelos próprios Estados Unidos da América, é a minha teoria de que o Bibi e o Pai Natal têm um kispo vermelho igual. Já não tenho idade para acreditar em coincidências. Nas mulheres em geral: têm uma desculpa excelente para andar de loja em loja a gastar dinheiro para “oferecer” presentes. Mas bem, o Natal é bem giro, gosto muito, mas tenho de admitir que começo a ganhar alguma aversão ao mês de Dezembro, em geral, desde que comecei a trabalhar num Shopping. A minha vontade de andar com um gato morto no bolso para dar com ele no fucinho das pessoas nunca foi tanta, mas como gosto de gatos e até tenho alguma pena deles, não o faço.

O Pai Natal é sem dúvida uma figura muito engraçada. Já aqui falei da lógica que há numa pessoa que anda a voar com renas e que vai às casas todas do mundo; até aqui tudo muito bem. Aliás, quando eu era pequenote nunca desconfiei da veracidade das potencialidades das renas do Senhor Pai Natal e da capacidade delas voarem. Agora, virem-me dizer que aquela pessoa entra nas casas das pessoas pela chaminé, já só um lorpa é que acredita! É tomarem as crianças por bestas. Foi aí que eu deixei de acreditar no Pai Natal. Nessa falácia enorme que existe em volta do mito, dum senhor com porte à Fernando Mendes e que cabe nas chaminés das casas todas. Tipo...

Uma coisa muito em voga, por estas alturas, são as acções de solidariedade que toda a gente faz e, claro, que em Dezembro o Banco Alimentar fez mais uma recolha. Ok, eu até tinha dado um desconto à senhora Jonet e às declarações dela. Mas ela não se contentou com a barraca que tinha armado e veio afirmar, neste mês, que não há miséria, mas sim carência alimentar. Eu ouvi isto e até tive medo de doar arroz, leite, massa e esses alimentos triviais. Optei, então, por contribuir com arroz arbóreo para Risotto, vinagre balsâmico, parmesão, tomate seco, cogumelos Porcini, Spaghetti com Tinta Sépia, vieira recheada, azeite com trufa e creme de Rucola. É que o Banco alimentar não contribui para pessoas na miséria, mas sim para pessoal algo pobre e mal habituado. Deviam todos de ir para a tropa para comerem de tudo.

Houve, também neste mês, um acontecimento fortíssimo e que também se pode ligar ao Natal, nomeadamente, a adesão da sua santidade, Bento XVI à rede social Twitter. Iniciamente, fiquei muito contente, comecei a correr em casa em tronco nú – é uma cena minha sempre que fico muito contente – e tudo, mas depois fiquei algo desiludido, porque tentei adicioná-lo mas acho que ele só adiciona pessoal dos 12 para baixo.  Este acontecimento fez-me pensar que já ninguém olha para o Natal pela sua verdadeira essência que é o nascimento do menino Jesus. Mas é assim... sem o Pai Natal não haveria tanto consumismo, ok. Mas se a adoração que todos os padres têm pela figura do menino Jesus não existisse, também não haveriam tantos pedófilos por aí. Muito menos no Fundão. Sim, teve piada, eu sei...

Agora para acabar, fiquei muito triste com duas coisas neste Natal: espero todo o ano pelo Natal dos Hospitais e este ano não foi apresentado pelo Júlio Isidro. Fiquei como se me tivessem matado um filho. Aliás, nem se me tivessem matado um filho eu ficaria assim; a segunda é que nenhum canal de televisão passou o Sozinho em Casa, o melhor filme de sempre. Não há Natal para mim sem ver o Kevin, uma criancinha muito pequena e indefesa, a fugir de dois homens – nova e última alusão à pedofilia neste post. Bom Natal e até à próxima.

Deixo-vos com um vídeo desse mesmo filme:

Sleepyhead.