quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pingo Doce.

Andava eu, nos últimos dias, muito preocupado, porque não tinha sobre o que falar, quando o universo e o Nosso Senhor Jesus Cristo decidem-me dar um grande assunto para opinar: o Pingo Doce resolve vender tudo ao desbarato e logo num feriado tão simbólico para os trabalhadores. Resultado desta grande ideia? Um 25 de Abril em pleno 2012.



A primeira coisa que me admirou neste dia sem travão social, foi o facto de, aparentemente, toda a gente saber desta iniciativa do Pingo Doce, menos eu. Eu não fazia a menor ideia de que tal holocausto estava para acontecer. Onde é que isto foi anunciado? Será que foi divulgado na rádio, através de senhas secretas como em 1974? É que a isto chamo uma verdadeira revolução. Pior, há uma grande diferença entre este dia e o 25 de Abril de 1974: houve, nitidamente, um maior risco de vida. O que são chaimites a descer ruas comparados com pessoas possessas, a participar em verdadeiros motins? Sempre que o Pingo Doce fizer promoções vou-me fechar em casa, com tudo trancado e sem fazer barulho: é nesses dias que os zombies saem à rua.
Para tudo isto eu tenho duas teorias: Este dia foi organizado e estudado desde há um ano para cá, pelo nosso Governo. A tão afamada TROIKA entrou para o nosso pais, como sabem, para nos salvar de todo o mal e acabar com a “crise” que já dura há mais tempo que as novelas da TVI. Contudo, estes senhores agora estão a penhorar tudo o que há para penhorar e agora queremos que eles vão dar uma curva daqui para fora. Ou seja, isto tudo foi só para meter medo e mostrar que somos piores que as cobras. No fundo, isto é bullying do melhor que pode haver; a segunda, é que isto foi tudo uma estratégia da Federação Portuguesa de Futebol para ajudar os jogadores de futebol com ordenados em atraso que, como sabem, são praticamente todos. Já por isso, é que só jogaram 8 jogadores pelo Leiria neste fim-de-semana, os outros já estavam a acampar à entrada do Pingo Doce, não fosse o diabo tecê-las.
Resumindo, foi um Dia do Trabalhador muito especial no nosso pais, sobretudo, para os desgraçados que trabalham no próprio Pingo Doce: os técnicos de torres eléctricas correm menor perigo de vida que os operadores das caixas. Fosse o Zeca Afonso vivo e diria com toda a pujança: “Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada.” Obrigado, Portugal.

Sleepyhead.

1 comentário:

  1. Estou contigo nessa luta, camarada, também não soube de nada!!

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