Invenções.

No outro dia, numa conversa de alto nível e bastante produtiva com dois amigos meus, cheguei à conclusão que há coisas no nosso dia-a-dia que, apesar de não darmos a devida importância, nos são imprescindíveis. Ok, a luz, a água potável, a invenção da roda, a penicilina e tudo mais são marcos históricos e que nos permitiram viver melhor, mas há coisas muito mais úteis no nosso quotidiano. Pelo menos no meu.

Aquela que para mim foi a maior invenção de todos os tempos apareceu precisamente em 1986, ano em que eu nasci, e falo, claro está, do Chocapic. Esta especialidade da Nestlé acompanha-me, todos os dias, há 20 anos seja ao pequeno-almoço, seja antes de dormir. É das melhores coisas que pode haver: em primeiro lugar, encontra-se em qualquer lado; depois o sabor é sempre muito bom; pode-se comer com leite ou a seco; e ainda traz mega brindes. Arrisco-me até a dizer que sem Chocapic eu não gostaria de leite.  Eu não tomo leite, como é Chocapic.

A segunda grande invenção, na minha perspectiva, obviamente, foi já por mim mencionada no post anterior: falo, claro está, do gelado Calippo. É uma criação genial e eu quase que arrisco em afirmar que foi feito por um homem. Sim, eu sei é uma afirmação polémica e com pouco sentido mas é a minha intuição. Não me refiro apenas ao acto em si, de ver as raparigas a chupar o gelado. Há todo um ritual absolutamente fantástico antes disso: começam por tirar delicadamente o plástico de cima e depois o vê-las a aquecer com as mãos, para que o gelo se descole do cartão é um bálsamo visual inigualável.

Contudo, e em boa verdade, há também invenções que trazem coisas más: lembro-me assim ao calhas da televisão. Se o homenzinho que se lembrou de fazer um quadrado que passa imagens com som soubesse que ia haver um canal chamado TVI, ele tinha ficado quietinho. Se nos primórdios da música o Homem soubesse que mais tarde iriam aparecer bandas com músicas como a dos Fun., que irrita mais do que a comichão no céu da boca, ninguém teria inventado o piano. Ou se os irmãos Lumiere soubessem da saga Twilight, de certeza que ficavam na deles.

Por último, podemos também pensar que há coisas na vida completamente escusadas e que não fazem falta nenhuma. A grande maioria dessas invenções são da autoria do Todo Poderoso Deus. Por exemplo o acne: mas para que raio, quis o gajo de barbas que todos os adolescentes ganhassem borbulhas pela cara? Para serem gozados na escola? Para sofrerem do estigma já canónico de que quem tem acne é porque anda com demasiado tempo livre para “brincar”? Eu tenho uma teoria muito simples: é para justificar a existência dos dermatologistas.  E, em último caso, para existir a palavra dermatologista. Agora, termino este meu post com aquela que para mim foi a maior ideia que Deus teve e que em tudo está relacionado com o Chocapic: não lhe bastava que houvesse um animal, neste caso pode ser a vaca ou a cabra até, a produzir leite. Não. O que é que este Senhor pensou, no auge do seu processo criativo? “Epá, e se as mulheres tivessem um grande peito (ou na gíria futebolística “mamas”) e elas deitassem leite? É mesmo isso!”. Deus, obrigado, és um Dude.

Sleepyhead.