Serviço Público.

Olá, pessoas que lêem o meu blog e sem juízo nessa cabeça. Vamos directos ao assunto: muito se tem falado, ultimamente, do fecho da RTP2 e do desaparecimento daquilo que é o verdadeiro serviço público. Creio que os senhores do Governo leram um post meu, de há uns meses atrás, intitulado “A Televisão”, em que eu dizia ironicamente que a RTP2 era um mau canal, porque passava coisas pouco eruditas em relação aos outros canais. Pois bem, esta minha piada, com alguma piada até, tornou-se mesmo real. Agora sim, teremos um pais cheio de oferta cultural e temática, a começar já em Setembro com a Casa dos Segredos 3, ou até nos cinemas com o filme dos Morangos com Açúcar. Isso sim, é servir e bem servir os portugueses.

Confesso que estava algo apreensivo com o fecho da RTP2 e com a possibilidade de a Antena3 também ir pelo mesmo caminho. Contudo, nesta semana recebi uma notícia que traz todo um volte-face a este cenário negro da televisão. Era uma vez um menino muito loiro, aos caracóis, e de olhos bem azuis, vestido de branco numa manhã de neblina, e atirou uma moeda para uma fonte – uma daquelas que concretizam desejos – e que pediu ele com os olhos bem cerrados e a fazer muita força? Que houvesse uma nova versão da novela “Gabriela”. Pois é, gente,  vai começar, na SIC, o remake da novela “Gabriela” e, agora atenção, protagonizada pela Juliana Paes! Meus amigos, isto sim é serviço público. Para começar temos uma história do grande Jorge Amado, onde cenas de cariz sexual há a cada 20 segundos, depois temos uma senhora que é bastante elegante. Sim, vou-me ficar pelo elegante e evitar todos os adjectivos que lhe ficam bem, sobretudo de natureza bovina. Ou seja, juntar a Juliana Paes à novela “Gabriela” é um sonho tornado realidade, quase tão bom como namorar para uma rapariga com três mamas. Por isso, serviço público vamos continuar a ter e a um nível elevadíssimo.

Também há uns tempos atrás fiz um post com o nome “Publicidade”. em que deliberei sobre os anúncios que, nos dia de hoje, invadem as nossas casas. Ora, o que se está a passar agora? A publicidade da Compal volta a dar a todo o minuto, como diria o grandioso Manuel Cruz “repetido ao expoente da loucura” e, como se isso não bastasse, o regresso às aulas do Continente está a bombar em todos os canais. Para quem ainda não viu – a não ser que esteja fora do pais há quinze dias é impossível não ter visto ainda – baseia-se num puto, com cara de quem lhe ficava bem duas chapadas, a desfilar pela escola todo gabarola que comprou todo o material escolar no Continente e a cantar. Mas a cantar o quê? Apenas e só a música mais estúpida, feita a nível nacional, depois de todas as músicas dos Delfins e dos Pólo norte: falo claro está, da música “6ª-feira” do Boss AC. Vou agora, eu, atirar uma moeda para uma fonte e pedir um desejo: que o miúdo da publicidade do Continente chumbe de ano e que sofra de bullying até Junho do próximo ano. Outra coisa, o facto dele ter, no cacifo dele, um poster do Boss AC, dá para desconfiar. Ah, e tal, que vai a andar pelos corredores fora a deitar fogo às raparigas todas, só porque comprou todo o material escolar no Continente e, afinal de contas, vai-se a ver e tem um poster dum homem no cacifo. Maricas.

Agora, termino referindo um anúncio muito bom, dos melhores que já vi, e que traduz tudo aquilo que o serviço público deve ser: o Sr. Roberto Leal a vender cogumelos, nomeadamente, o “cogumelo da juventude”. Fantástico, meus amigos, fantástico.

Sleepyhead.