Olá. Cheguei há dias a uma conclusão:
findada uma semana de férias e de praia, reparei que sou o único ser do sexo
masculino, jovem, que tem pêlos no peito, num raio que vai desde Vila do Conde
até Esposende. Onde andam os “Tony’s Ramos” desde Portugal? Eu ainda sou do
tempo em que via este Senhor e outros como o António Fagundes a ir para a cama,
em todos os episódios das respectivas novelas, com imponentes “mulas” e sempre
com o belo do pêlo “ao léu”. Mas enfim, os tempos mudam e, hoje em dia, mais
vale dar uma de metero e andar também com uma T-shirt com decote – cena de Homem
mesmo – para mostrar igualmente na rua, que se está com o peito todo “pelado”.
Agora só uma observação para esses asseados: também nascem pêlos no fundo das
costas, não é só no peito, e isso sim é um bocado para o nojento.
Pois é, isto de estar de férias é
tudo muito bonito e sabe mesmo bem. Porém, o melhor momento dos meus dias não é
quando vou para a praia, nem quando vejo, com a graça do Nosso Senhor Jesus
Cristo, raparigas em topless: não. Da zona onde moro para o sítio onde faço
praia ainda vão à vontadinha uns 500 metros de “calçadão”. Agora imaginem o
regabofe que são estes 500 metros já com os emigrantes por cá: carros de chapa
amarela, de vidro aberto, a ouvir com todo o orgulho Marante e afins, com o braço
de fora a mostrar a pulseira de ouro, de palito no canto da boca e o melhor de
tudo, a fazer de conta que não é nada com eles. Por acaso, às vezes quase que
caio no engodo deles e acredito que a música está alta acidentalmente e que a
camisa só é parola porque não tinham outra. Mas bem, pelo menos estes não rapam
o peito. Se for à noite, faço mais ou menos o mesmo percurso para ir ao café e
continuam a ser 500 metros fenomenais: os mesmos que rapam o peito e passam os
dias na praia, à noite lá andam eles de Citroen Saxo, Opel Corsa, Renaut Clio e
Fiat Uno a dar nas vistas. A música sempre bastante alta, são para ai 7 dentro
do mesmo carro, o peito depilado e decotado brilha mais que o CD virgem
pendurado no espelho e a música já muda um pouco: o estilo clássico de Marante
dá lugar a algo mais contemporâneo e arrojado como a veia africana cheia de
Kuduro de Emanuel ou José Malhoa. Se é para chamar a atenção tomem comprimidos,
incomodam menos as pessoas.
Outra coisa que não entendo lá
muito bem é o fenómeno dos vendedores de Bolas de Berlim nas praias. Do género:
“Vamos fazer dinheiro para a praia e vender bebidas frescas e gelados?” e diz o
outro: “Não, essa é a ideia mais estúpida que já ouvi, ainda mais reles que as
músicas que a Megahits passa. Vamos, isso sim, vender um bolo que é frito e com
creme nada calórico. Vais ver que vai pegar”. Dito e feito. Se alguém me
conseguir explicar a lógica de se vender este bolo, em particular, que me diga.
Pago um Ovo Kinder a quem me convencer.
Resta-me mais uma semana de praia
e o saldo da primeira é positivo: 5 raparigas em Topless. Nada mau.
Sleepyhead.
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